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Já pensou em comer em um restaurante localizado dentro da Torre Eiffel, em Paris? E escolher como prato principal uma refeição "amiga do clima"? Pensando nisso, o chef Thierry Marx, que pilota o renomado Madame Brasserie, restaurante que conta com duas estrelas no Guia Michelin, elaborou uma nova combinação para alertar para os perigos das mudanças climáticas e como a indústria alimentícia pode colaborar para diminuir os impactos sócio-ambientais
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Marx apresenta a comida assim: "Aqui está um prato de alho-poró, cujos ingredientes vêm de apenas 50 quilômetros de distância. É alho-poró da época. Simplesmente cozinhamos no próprio líquido e depois embrulhamos em papel, pois um alho-poró é em média 80% de água. Cozinhamos no próprio líquido dele e vamos finalizar simplesmente flambando. Depois, basta descascar essa pele que é sempre um pouco dura, tiramos o coração do alho-poró e fazemos um vinagrete com azeite, que vamos servir bem desse jeito."
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De acordo com o chef, "os pequenos passos que expliquei são encontrados neste prato, [tornando-o] agradável de comer, agradável de pagar, reduzindo o impacto de carbono e, ao mesmo tempo, sem a impressão de que estamos passando por uma revolução. Simplesmente, fizemos nosso trabalho com o impacto ambiental necessário."
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O cozinheiro explica que, "se você viesse a esta cozinha há 20 anos, o fogo estaria a todo vapor enquanto esperamos o serviço da noite, com todos os fogões e fornos ligados. Aqui, o ar é fresco, a temperatura do restaurante está em 19 graus, está tudo bem e, quando precisarmos iniciar a produção, vamos ligar o que precisamos em termos de energia à medida que avançamos."
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Inaugurado em junho deste ano, o restaurante fica no primeiro piso da Torre Eiffel. "Hoje, podemos medir o quanto queremos desses insumos, mas devemos fornecer essas ferramentas aos nossos funcionários, antes de tudo, para que eles as entendam e digam: 'Sim, nosso impacto ambiental é um assunto sério.' Não é apenas uma retórica ou discursos a cada cinco minutos", avisa o chef da casa parisiense
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"Nós [a indústria] somos bons em crises, e as crises energética e ambiental estão aqui. Então não devemos pensar que por termos um bistrô, uma brasserie, um restaurante, estaríamos desconectados de tudo isso dizendo: 'Eu não me importo'. Não, há uma consciência, às vezes é verdade, um pouco tardia nesta profissão. Mas há uma consciência real sobre o impacto social, o valor da nossa profissão e o impacto ambiental. Hoje já não há donos de restaurantes ou hotéis que não não quero fazer essa transição", finaliza